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[[wikipedia:Geographical feature|Objetos geográficos]] com definição de interesse público, tais como ruas, pontos de endereço, polígonos de lote, etc. carecem de um identificador único e independente da aplicação, porém reconhecido pelas [[Jurisdição|jurisdições]] que reforçam sua definição. Os principais recursos de definição desses objetos são os seguintes projetos e respectivos agentes: | |||
* Openstreetmap (OSM) e OSM-Foundation: atribui um identificador estável no mapa, porém sem garantia de estabilidade. | |||
* [[wikipedia:Wikidata|Wikidata]] e [[wikipedia:Wikimedia Foundation|Wikimedia Foundation]]: atribui identificador a cada conceito, mas seus IDs demoram mais que OSM a estabilizar, e não dão conta de todos os objetos geográficos, a curadoria de relevância pode comprometer a completeza. | |||
* Prefeituras e poderes similares nas sub-jurisdições: são as principais fontes de "dados espaciais oficiais", mas não são todos abertos ou eficientes com seus dados. | |||
* Outros: orgãos oficiais como as agências de estatística, INDEs, espaciais (ex. NASA fornece dados), etc. | |||
Identificadores de objetos precisam ser únicos e em alguns casos, como nas listagens oficiais de endereços, podem "nascer sem georeferência". Para garantir a unidade, completeza e independência dos identificadores foram sugeridas [[wikipedia:Non-fungible token|tokens não-fungíveis]] (em inglês: non-fungible token, '''NFT''') para esses objetos geográficos. As principais demandas levantadas pela AddressForAll com seus parceiros foram: | |||
* Vias e rios (georeferenciados no OSM) | |||
* Topônimos (sem georeferência direta - apenas jurisdicional) | |||
** Nomes de via (ruas, estradas, ferrovia, etc.) | |||
** Nomes de corpos d'água (rios, lagos, etc.) | |||
* Lotes (sempre georeferenciados) | |||
* Pontos de endereço (de acesso a lotes) | |||
** Georeferenciados: recebem um Geohash clássico ou GGeohash official. | |||
** Sem georeferência: recebem hash baseado no token do topônimo e numeração predial. | |||
Propomos reuni-las na forma de Geo-tokens. | |||
Potencial solução usando [https://www.w3.org/TR/did-core/ DID]: https://magic.link/docs/dedicated/introduction/decentralized-id | |||
PS: existem sugestões (como [https://www.nationalgeographic.com/science/article/how-nfts-work-explainer essa da National Geographic] para as fotos de fotografos selecionados) e iniciativas comerciais (ex. [https://mygeotokens.com/#whitepaper MyGeoTokens]), mas nenhuma cumprindo com o perfil destacado acima. | |||
== Problema principal == | == Problema principal == |
Edição das 07h23min de 2 de novembro de 2023
Geo-tokens são identificadores inteligentes de escopo geográfico (identificam localizações ou seus metadados), com capacidade de registro cartorial e a capacidade de se manterem atualizados (com rastreabilidade das versões precedentes). Essas duas capacidades requerem que o ID seja também um token não-fungível (em inglês: non-fungible token, NFT). Daí o nome "NFT geográfico", reduzido para "token geo" ou geo-token.
Escopo
Objetos geográficos com definição de interesse público, tais como ruas, pontos de endereço, polígonos de lote, etc. carecem de um identificador único e independente da aplicação, porém reconhecido pelas jurisdições que reforçam sua definição. Os principais recursos de definição desses objetos são os seguintes projetos e respectivos agentes:
- Openstreetmap (OSM) e OSM-Foundation: atribui um identificador estável no mapa, porém sem garantia de estabilidade.
- Wikidata e Wikimedia Foundation: atribui identificador a cada conceito, mas seus IDs demoram mais que OSM a estabilizar, e não dão conta de todos os objetos geográficos, a curadoria de relevância pode comprometer a completeza.
- Prefeituras e poderes similares nas sub-jurisdições: são as principais fontes de "dados espaciais oficiais", mas não são todos abertos ou eficientes com seus dados.
- Outros: orgãos oficiais como as agências de estatística, INDEs, espaciais (ex. NASA fornece dados), etc.
Identificadores de objetos precisam ser únicos e em alguns casos, como nas listagens oficiais de endereços, podem "nascer sem georeferência". Para garantir a unidade, completeza e independência dos identificadores foram sugeridas tokens não-fungíveis (em inglês: non-fungible token, NFT) para esses objetos geográficos. As principais demandas levantadas pela AddressForAll com seus parceiros foram:
- Vias e rios (georeferenciados no OSM)
- Topônimos (sem georeferência direta - apenas jurisdicional)
- Nomes de via (ruas, estradas, ferrovia, etc.)
- Nomes de corpos d'água (rios, lagos, etc.)
- Lotes (sempre georeferenciados)
- Pontos de endereço (de acesso a lotes)
- Georeferenciados: recebem um Geohash clássico ou GGeohash official.
- Sem georeferência: recebem hash baseado no token do topônimo e numeração predial.
Propomos reuni-las na forma de Geo-tokens.
Potencial solução usando DID: https://magic.link/docs/dedicated/introduction/decentralized-id
PS: existem sugestões (como essa da National Geographic para as fotos de fotografos selecionados) e iniciativas comerciais (ex. MyGeoTokens), mas nenhuma cumprindo com o perfil destacado acima.
Problema principal
Para o governo municipal, garantir o "endereço oficial" dos imóveis do município. Para o cidadão, que necessita demonstrar certificado de endereço ou localizar com confiabilidade endereços vizinhos, ele também requer um "endereço oficial garantido".
A garantia só é possível quando todas essas condições são satisfeitas ao fornecermos um identificador único do endereço:
- Integridade cartorial e jurídica: uma vez registrado o ID e seus metadados, não podem mais ser adulterados, e ficam "gravados na pedra", não se perdem. Por ter valor de cartório, a data, licença, etc. são juridicamente válidas.
- Perenidade: o endereço e seu identificador único precisam ser "eternos enquanto durem".
- Auto-suficiência mínima: com apenas o ID é possível localizar razoavelmente o ponto, sem demandar consulta a uma base de dados central.
- Versionamento: o ID não precisa ser imutável, podem ser atribuídos novos IDs e os velhos apontarão para os novo.
- Situação corrente: qualquer que seja a versão, por mais antigo que seja o ID, o sistema resgata a sua situação corrente.
- Rastreabilidade completa:
- dos dados originais: permite resgatar a proveniência dos dados de endereço, saber qual foi a origem e confirmar sua integridade, data, licença, etc.
- dos dados correntes: metadados mais atuais (cadastro atualizado).
- dos histórico de modificações: demais metadados, entre original e corrente.
Problema do cartório oficial
Problema da atualização e rastreabilidade
Problema do cadastro oficial
Endereços (ex. de correspondência) são caracterizados por um ponto geográfico, mas esse ponto não é eterno nem preciso, e, principalmente, é difícil fixar uma "definição oficial" do endereço.
A localização do endereço de um lote pode sofrer diversas imprecisões e modificações, que podem ser classificadas em dois grandes grupos:
- Problemas maiores:
- Inconsistência ponto-endereço: a descrição "rua e número" incompatível com o ponto (comum nas prefeituras).
- Sem descrição: apenas o ponto existe, numa rua sem nome conhecido, numa casa sem número conhecido (comum no OSM).
- Localização inválida: o ponto cai num corpo d'água, no meio da rua ou outro local inválido (quando de problemas de SRID e similares).
- União ou desmembramento de lote: no desmembramento o antigo endereço se torna dois, na união dois antigos endereços podem deixar de existir e surgir um novo.
- Problemas menores:
- Ponto longe da rua: em lotes ou construções maiores é comum aferir o endereço pelo centroide, e este se localizar muito longe da rua.
- Esquina: o ponto cai numa esquina, sem garantia de consistência com nome de rua.
- Lote com múltiplos endereços: parques, shopping-centers, etc. grandes lotes em geral possuem mais de um endereço.
- Múltiplos lotes com mesmo endereço: tipicamente em endereços com complemento "fundos" ou "entrada pela lateral", podem até ser lotes maiores mas as duas entradas muito próximas e a resolução dos dois pontos muito baixa.
Na metodologia AFA-token o endereço nasce como identificador inteligente (Geo URI de "Point Of Address" na forma geo:id_poa:{ID}
), ou seja, é a localização e um identificador único ao mesmo tempo. Os problemas maiores são solucionados pela rastreabilidade: quem tem o AFA-token antigo chega no AFA-token novo, no pior caso (ex. desmembramento) a duas ou mais alternativas de localização. Nos problemas menores há uma atualização da localização, mas a original ainda é razoável.
Exemplos concretos
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Problemas periféricos
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Exemplos concretos
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