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DGGS/Proj: mudanças entre as edições

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Analisamos algumas:
Analisamos algumas no contexto OSMC:


* [[DGGS/Proj/ISEA]]
*[[DGGS/Proj/ISEA]]
* [[DGGS/Proj/rHEALPix]]
*[[DGGS/Proj/rHEALPix]]
* [[DGGS/Proj/S2]]
* [[DGGS/Proj/S2]]
* ...
*...
 
== Problema inerente das projeções DGGS==
[[Arquivo:Osmc-areaAltitude-ilustr1.png|miniaturadaimagem|A superfície de projeção estando mais longe do solo vai fornecer uma área maior, estando abaixo, uma área menor. Essa distorção métrica pode comprometer certas aplicações.]]
 
É o problema usual da cartografia, podendo ser resumido como problema da  precisão de escala: global &lt; nacional &lt; local.  <br />O DGGS situa-se como global, e o problema surge nas aplicações de escala nacional com maior exigência de precisão nas medições de área.
 
Apesar de serem baseadas em projeções de igual-área, as grades DGGS apresentam problemas em diversos países, quanto à precisão na medição de área, por exemplo em medições de lotes rurais. A medição de área do lote baseada na sua cobertura por células DGGS requer correção, conhecida como "fator de escala combinado" (do inglês ''𝐶𝑆𝐹''), descrito a seguir.
 
[[Arquivo:Elipisoid-and-topo-fig1.png|miniaturadaimagem|A topografia pode ser descrita como ondulação em torno da superfície do elipsoide.]]
 
Por se ajustar ao globo inteiro, a precisão da DGGS fica aquém da esperada, quando comparada com a precisão de uma grade nacional, ajustada ao país. Por exemplo a projeção global rHEALPix requer ajuste do cilindro ao globo inteiro (~500 milhões de km²), enquanto que a projeção nacional da Colômbia requer ajuste a um território com apenas 0,2% da área global (~1  milhão de km²).
 
Neste sentido, por "precisar agradar a todos", a DGGS nunca terá precisão superior a qualquer projeção nacional, podendo eventualmente ser equivalente. Conforme {{xref|Ali2020}}, '''são duas distorções que se combinam''':
 
Distorção '''1''', devida à curvatura terrestre – (fator de escala - ''𝑆𝐹''). A distorção surge como efeito geométrico, em áreas onde o  plano de projeção ficou  muito abaixo ou muito acima do elipsoide de referência (tipicamente o WGS84).
 
[[Arquivo:Osmc-proj-DistortionEarthCurvature-ilustr1.png|center|720px]]
 
Distorção '''2''', devida à topografia terrestre – (fator de elevação de escala - ''𝐸𝑆𝐹''). A distorção surge como efeito da altitude real, a distância entre a superfície do terreno (topográfica) e a superfície do elipsoide de referência.
 
[[Arquivo:Osmc-proj-DistortionEarthTopography-ilustr1.png|center|620px]]
 
A '''distorção combinada''' (distorções 1 e 2) resulta no fator ''𝐶𝑆𝐹'' = ''𝑆𝐹'' × ''𝐸𝑆𝐹''. Não tem como corrigir, exceto perdendo a compatibilidade com a projeção global adotada pela grade DGGS.
 
A distorção poderia ser corrigida, por exemplo, aproximando-se o plano de projeção para a topografia, mas isso seria um "ajuste local" distanciando ainda mais do "ajuste global". Se o problema com a DGGS é apenas a precisão de área, pode ser suficiente para certas aplicações (ex. medir área de um lote rural) o uso do fator ''CSF'' da localidade. Sumarizando, são dois conjuntos de aplicações que ficam comprometidas pela DGGS quando comparada à grade ajustada ao território nacional:
 
*Aplicações '''ajustáveis''': medir aproximadamente a área de um lote rural a partir da soma das áreas das células de cobertura do lote. A medida pode ser corrigida pelo ''CSF'', o que onera o banco de dados e o cálculo de área, mas não inviabiliza. Métricas de área normalizada (análogas ao ângulo sólido) também podem ser suficientes conforme a aplicação. <br />Exemplo comparando com a projeção nacional do Brasil. Conforme [https://gis.stackexchange.com/q/418623/7505 estudo de 2021] uma célula de ~21000 m² teve sua medição de área suficientemente precisa com Albers, mas com erro de 0,5% quando medida com ISEA. O erro poderia ser corrigido pelo fator ''CSF'' a partir de mapas de relevo.
 
*Aplicações '''sensíveis''' à distorção global: a Grade Estatística do censo requer além da medida precisa (baixa distorção) da área da célula, a garantia de que todas as células tenham a mesma área.  Para o IBGE, por exemplo, estaria descartado o [https://s2geometry.io/resources/s2cell_statistics.html uso estatístico da grade S2 Geometry].
 
Nota. Uma outra forma de olhar para o problema da escolha do ''plano de projeção'', talvez mais didática, é lembrando que estamos tratando de um plano tangente à superfície curva, na prática supondo que é razoável "aproximar aquela região da superfície por um plano". O seu análogo unidimensional é ilustrado abaixo: a tentativa de aproximar, em torno de um ponto ''P'', a linha curva (preta) por uma reta tangente (azul). Conforme restringimos a avaliação da qualidade do ajuste a uma vizinhança menor de ''P'', a aproximação vai ficando melhor, e não importa qual a forma original da curva. Um "ajuste de escopo local",  portanto, será sempre melhor do que o "ajuste de escopo mais amplo".
 
[[Arquivo:Proj-tangentZoom1.png|center|580px]]
===Solução parcial do problema===
 
Em sendo impossível uma projeção global e precisa para todos os países, uma saída é reusar a projeção global e tratar a nacional como um ajuste. Isso garante maior reuso de algoritmos e maior performance na avaliação das fronteiras entre países, para se decidir qual correção local usar.
 
Em https://gis.stackexchange.com/q/418691/7505 oferecemos uma abordagem para "localizar" a projeção DGGS a cada país: teríamos uma projeção global para organizar por exemplo as fronteiras nacionais, e depois, sem perder a CPU já gasta na transformação, o ajuste da projeção específica de cada região do país.
 
Conforme se comenta, ainda não seria a solução perfeita (impossível na escala nacional de grandes países), mas seria intermediária entre as ''low-distortion projections'' (LDP) locais e a DGGS global.
 
===Limitando a multifinalidade===
Outra forma de "solucionar" é reconhecendo a importância de uma projeção global e descartando as aplicações mais exigentes do seu leque de aplicações.
 
...
 
[[Categoria:Discrete Global Grid Systems]]
[[Categoria:Discrete Global Grid Systems]]
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