Discussão:Discrete Global Grid Systems

De Documentação

lembretes:

Revisando fundamentos

Algumas explicações não precisam ser inclusas por não fazerem parte diretamente da cadeia causa-efeito dos problemas apresentados.

Problema inerente das grades DGGS

O elipsoide (simplificação geométrica) é ajustado não diretamente à superfície topográfica terrestre, mas ao geoide (superfície oceânica generalizada pelo efeito gravitacional).

Apesar de serem baseadas em projeções de igual-área, as grades DGGS apresentam problemas na escala local de um país, quanto à medição de área mais exata, por exemplo em medições de lotes urbanos ou rurais. A medição baseada na cobertura de células DGGS requer (pequena) correção sistemática.

Qualquer grade DGGS terá precisão limitada nas medidas de área quando comparadas às medições locais de terreno: por se ajustar ao globo e não a um país ou localidade específica, diversos países terão medições de área comprometidas. Conforme ilustrado ao lado, países pequenos muito acima ou muito abaixo do elipsoide demandam um fator de correção de área. Em países grandes, havendo ondulações, como na Rússia, nem pelos métodos tradicionais conseguem uma projeção satisfatória, de modo que poderia se satisfazer com uma grade DGGS. Já países mais planos como o Brasil se beneficiam dos métodos tradicionais (onde a altitude é ajustada com a secante do país), que hoje fornecem projeções oficiais muito mais bem ajustadas do que qualquer DGGS.

Aplicações topográficas, tipicamente medições de área de terreno, requerem maior regularidade e precisão do que a fornecida por um DGGS. Há um balanço: entre o resultado corrigido (por algoritmos de correção de área satisfatórios) e a noção de regularidade de área das células não ser comprometida pela correção.

Abaixo ilustradas as distorções naturais do elipsoide, tanto com relação à superfície como com relação ao geoide.

Osmc-geoidSurfaceDiffs-ilustr1.png

Nas soluções tradicionais, baseadas em projeções locais, o ajuste de altitude é melhor, e hoje tido como referência de precisão de medidas topográficas. Abaixo exemplos de secantes cônica e cilíndrica respectivamente, de cima para baixo. O país em foco (exemplificado pelos EUA) terá maior precisão de área.

Osmc-projSecants-ilustr1.png

devido à altitude não ser ajustada com a secante do país, países planos como o Brasil se beneficiam dos métodos tradicionais, que hoje fornecem projeções oficiais muito mais bem ajustadas do que qualquer DGGS.

O uso da projeção Cônica de igual-área de Albers já é amplamente usado em países como EUA e Brasil, e recentemente foi reconhecido para a Indonésia [LumbEtAl2019]. É difícil "voltar atrás" e pedir que esses países adotem uma projeção mais grosseira. A sugestão, conforme veremos abaixo, pode ser o uso de algoritmos de correção da DGGS no território nacional, aproximando sua eficiência por exemplo à Albers local.