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Poster e Artigo curto. Passar para [[Geo URI estendida]] | |||
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== ARTIGO == | |||
* Proposta do Brasil para o mundo: Expansão do protocolo GeoURI (RFC 5870 da internet) visando a interoperabilidade de geocódigos nacionais soberanos | |||
* PETER DE PADUA KRAUSS 1 | |||
* THIERRY JEAN 1 | |||
* EVERTON BORTOLINI 2 | |||
* 1 AddressForAll, São Paulo - SP | thierry@addressForAll.org | |||
* 2 Universidade Federal do Paraná, Curitiba - PR | evertonbertanbortolini@gmail.com | |||
Aplicativos e navegadores Web (web browsers) recuperam páginas e outras informações | |||
provenientes de um endereço de IP na rede, através de protocolos tais como o HTTP. Mas o número de | |||
IP, com seus 12 ou mais dígitos, apesar de ter sido utilizado por humanos nos primórdios da Internet, é | |||
horroroso. Hoje a interação humano-Web é quase que integralmente mediada pelo nome de domínio, | |||
muito mais amigável e mnemônico. Analogamente, e dentro do mesmo ecossistema de normas da | |||
internet, o protocolo GeoURI [1], ainda pouco popular apesar dos seus 10 anos de idade, opera com um | |||
código difícil de se lembrar, que é o par numérico de latitude e longitude. A localização GeoURI do | |||
Marco Zero da Cidade de São Paulo, por exemplo, é determinada por “geo:-23.550385,-46.633956”. São | |||
16 dígitos numéricos e 21 caracteres ao todo para serem lembrados. | |||
Em sua forma mais simples, o localizador GeoURI segue a sintaxe “geo:x,y” como no exemplo. | |||
Para informar a incerteza i, segue a sintaxe “geo:x,y;u=i”. Aplicações típicas, tais como a localização de | |||
endereços postais, operam de forma satisfatória com a incerteza de 5 a 50 metros. Se o destino do | |||
passageiro de um taxi for o Marco Zero, é suficiente expressar “geo:-23.55039,-46.63400;u=15”. | |||
Seguindo a analogia com o HTTP, seria interessante que o protocolo GeoURI aceitasse também | |||
nomes ao invés de apenas números, para conquistar maior aderência e ser útil em aplicações que | |||
exigem interação humana e memorização. Não existem nomes curtos ou siglas para todas as localidades | |||
do globo terrestre, todavia, se entendermos que a localização geográfica é uma função da escala, ou de | |||
uma hierarquia de escalas, descobriremos que já existem nomes padronizados para os primeiros níveis | |||
dessa hierarquia, que são os códigos ISO 3166-2 dos países e suas subdivisões administrativas de | |||
primeiro nível. Por exemplo “Brasil, Estado do Amazonas” é geocodificado como “BR-AM" | |||
O geocódigo ISO é primeiramente traduzido em polígono. A coordenada pontual é obtida do | |||
centro geométrico do polígono, e a incerteza do raio da circunferência com área equivalente. Podemos | |||
assim convencionar que “geo:BR” representa aproximadamente o ponto central do país, algo como | |||
“geo:-15.783,-47.867;u=2000000”. O acréscimo da sigla de um estado, como em “geo:BR-SP”, | |||
determina um ponto diferente, central ao polígono delimitador do estado, e com uma incerteza menor, | |||
algo como “geo:-22.07,-48.434;u=280000”. | |||
Para localizar o ponto desejado com menor incerteza, até a escala de uma dezena de metros, | |||
voltamos a um sistema de coordenadas, mas agora um sistema com escopo reduzido, conforme | |||
contextualizado pelo nome ISO de subdivisão administrativa. Contextualizando por ex. com “BR-AM”, | |||
reduzimos o escopo da superfície terrestre inteira para a área do Amazonas. | |||
Além do sistema de referência otimizado, pode-se adotar um sistema numérico de representação | |||
das coordenadas que reduza o número de dígitos. Números hexadecimais (base-16) por exemplo são | |||
~20% mais compactos que decimais (base-10), e mais compactos ainda na base-32. Por exemplo 10 | |||
dígitos decimais são reduzidos para 7 a 8 hexadecimais, ou para 6 na base-32. | |||
Existem de fato, e vêm sendo aprimorados desde a década 1970, sistemas de localização por | |||
geocódigos [2], tais como por exemplo o sistema Geohash, que dota base-32 e surgiu em 2008; ou o | |||
sistema Open Location Code (OLC), lançado em 2014. A localização em Geohash do Marco Zero, com | |||
incerteza de 15 metros, é “6gyf4bf1”, com a metade do número de dígitos das coordenadas | |||
latitude/longitude que representa. Outro ponto, distante dali em 75 km, a Praça Dom Pedro I, na cidade | |||
de Itu (BR-SP-ITU), recebe o Geohash “6gy7et7j”. Como todos os demais pontos do território de Itu são | |||
iniciados pelo prefixo Geohash “6gy”, podemos imaginar um geocódigo misto para substituir o prefixo | |||
Geohash pelo nome, e separando ambos por “~”, o que resultaria em “BR-SP-ITU~7et7j”. Na prática, | |||
para o morador de Itu, seria necessário decorar apenas os 5 caracteres finais. | |||
Geocódigos mistos permitem a manipulação de contexto de forma mais segura, ou seja, humanos | |||
podem remover o prefixo sem medo, obtendo códigos mais curtos quando o contexto for evidente. | |||
Nesta perspectiva a presente proposta de expansão do protocolo GeoURI consiste na sintaxe | |||
“geo:p~g”, onde p é um geocódigo ISO 3166-2 de país (“BR” para Brasil, “BO” para Bolívia, etc.) com | |||
hierarquia opcional (ex. “BR-AM”) e g é um geocódigo qualquer, com padrão estabelecido pelo país. No | |||
exemplo da praça em Itu, se fosse oficial, a expressão GeoURI completa seria “geo:BR-SP-ITU~7et7j”. | |||
Para estabelecer referência no contexto inicia-se pelo ponto, por exemplo “geo:.7et7j” se estou | |||
em Itu, ou “geo:.ITU~7et7j” se estou em SP; com critérios e formalização dos cenários em que se aplica. | |||
Quando um ponto de referência foi definido (“Olá, estamos aqui em geo:.7et7j e você onde está?”), | |||
pode-se iniciar pelo sinal de menos, para determinar o ponto vizinho pela diferença dentro da mesma | |||
incerteza (“Estou em geo:-b3”), ou seja, supondo o mesmo número de dígitos. | |||
No território delimitado pela Irlanda (IE), nação que já definiu o seu padrão de geocódigo oficial, | |||
denominado Eircode, um endereço típico, “W23 F854”, seria expresso como “geo:IE~W23.F854”. | |||
Por fim, para que geocódigos mais populares possam ser expressos diretamente, convencionamos | |||
também a sintaxe “geo:t:g”, onde t é tipo de geocódigo, em rótulo curto controlado (por ex. “ghs” para | |||
Geohash, “olc” para OLC, etc.). O Marco Zero poderia ser expresso como “geo:olc:588MC9X8+R” ou | |||
“geo:ghs:6gyf4bf1”. Os rótulos de tecnologia de geocódigo seriam definidos e limitados por uma | |||
curadoria análoga a aquela que define os identificadores de CRS (coordinate reference system). | |||
REFERÊNCIAS: | |||
:[1] Descrição didática do padrão Geo URI. https://en.wikipedia.org/wiki/Geo_URI_scheme | |||
:[2] Conceito de Geocódigo. https://en.wikipedia.org/wiki/Geocode | |||
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